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miércoles, 8 de mayo de 2013

MYRIAM FRAGA [9875]



Myriam Fraga
Myriam Fraga nació en Salvador, Bahía, BRASIL el 09 de noviembre de 1937. Poeta, cuentista.

Pertenece la Academia de las Artes de Bahía desde 1985 y dirige la Fundación Casa de Jorge Amado desde su creación en 1986. La carrera literaria de Myriam Fraga explotó en los años 1957-1958, cuando los intelectuales de la época, que asistían a la Universidad, la Escuela de Teatro, la Casa de la Cultura se encuentran en el barrio de Canela y se reunieron para intercambiar ideas, también escritos. A partir de ahí, Myriam Fraga comenzó a publicar en periódicos y revistas, haciendo amistad con Sonia Coutinho, Neto Calazans, Fernando Pérez Rocha, Glauber Rocha.

El poeta bahiano lanzó su primer libro en 1964, publicado por Macunaíma, un editor creado por Glauber Rocha Neto Calazans, Fernando Pérez Rocha y Paulo Gil Soares, con el objetivo de publicar las producciones de esta generación.

Myriam Fraga trabaja actualmente como periodista en el diario A Tarde por Línea columna D'Água creadora de posición para las cuestiones relacionadas con la vida cultural de la ciudad. 

Obra:

Poesia:

Marinhas, Ed. Macunaíma, 1964, Bahia
Sesmaria, Ed. Imprensa Oficial da Bahia, prêmio Arthur Salles, 1969, Bahia
O livro dos Adynata, Ed. Macunaíma, 1975, Bahia.
O Risco na Pele, Ed. Civilização Brasileira, 1979, Rio de Janeiro.
A Cidade, Ed. Macunaíma, 1979, Bahia.
As Purificações ou o Sinal do Talião, Ed. Civilização Brasileira, 1981, Rio de Janeiro.
A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo (Disco/Livro com música de Carlos Pita e monotipias de Calasans Neto, Ed. Macunaíma, 1983, Bahia.
Six Poems: Tradução de Richard O’Connell, Ed. Macunaíma, 1985, Bahia.
Os Deuses Lares, Ed. Macunaíma, 1992, Bahia.
Die Stadt, Ed. Macunaíma, 1994, Bahia.

Prosa:

Flor do Sertão, Salvador, Ed. Macunaíma, 1986, Bahia

Antologias:

Cinco Poetas, Ed. Macunaíma, 1966, Bahia
Antologia da Moderna Poesia Baiana, Ed. Tempo Brasileiro, 1967, Rio de Janeiro.
25 Poetas da Bahia, Ed. DESC, 1968, Bahia
Sete Cantares de Amigos, Ed. Arpoador, 1975, Bahia.
Antologia de Poetas da Bahia, em alfabeto Braille (Ed. Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1976, Bahia.
Serial, 1978, Bahia
Em Carne Viva, Ed. Anima, 1984, São Paulo.
Poetas Contemporâneos, Ed. Roswitha Kempf, 1985, São Paulo.
Simulations Selected Translations, Ed. Atlantis, 1983, Estados Unidos.
Sincretismo, A Poesia da Geração 60, Ed. Topbooks, 1995, Rio de Janeiro.

Revistas:

Iararana, revista de arte, crítica e literatura, vol., 03, pp 38-39.




Inquisición

Cosieron su boca
Con alfileres

Y él decía que NO
Y preguntaban.

Y cortaron sus dedos
Y lo lanzaron 
Bien al fondo del pozo

Y él decía que no, que no, que no
Y sus cabellos crecían como llamas

http://www.jornaldepoesia.jor.br/my1.html#inquisicao
Traducido del portugués por Myriam Rozenberg





ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA 
Org. y traducción de Xosé Lois García 
Santiago de Compostela: Edición Loiovento, 2001. 
                           



PENELOPE

Hoy deshice el último punto,
La trama del bordado.

En el palacio desierto ladra
El perro.

Um silbido de flechas
Me devuelve el pasado.

Con los ojos de la memoria
Veo el arco
Que se curva,
La fuerza que lo extiende.

Reconozco en el silencio
La paz que me faltaba,
(En el mármol de la entrada
Agonizan los pretendientes).

El ciclo está completo
La espera finalizada.

Cuando Ulisis llegue
La sopa estará fria.

         Fémina, 1996






ABRIL

Escribo de memoria. 
La infancia es un pastel
En la garganta
Y el dolor de dividirse
En los espejos.

¿Qué fue de mí, 
De aquella historia
Que yo me conté un día
Y que perdí?

Escribo siempre por la noche;
Por la mañana apago
Y recomienzo.

ίEs tan difícil vivir,
azota tanto
el viento en las vidrieras!

Es abril y llueve
Y la tierra muerta
Donde las lilás florecen
Es mi patria ahora,
Mi destino. Isla.






DICIEMBRE

En la mesa de Navidad
Dos velas encendidas,
Fina luz reverberando
El amarillo de los melocotones.

Siempre se contaba
La misma historia, 
En la sombra verde sombra
De los pinos.

Una estrella de papel,
Entre dátiles y purpurina,
Indicaba el camino
A los magos tutelares.

En el patio un león rojo
Rompía nueces con las patas.






LA ESFINGE

Me revestí de misterio
Por ser frágil,
Pues bien sé que decifrarme
Es destruirme.

En el fondo no me importa
El enigma que propongo.

Por ser mujer y pájaro
Y leona,
Habiendo forjado en acero
Mis garras
Se espantan
Y se aterran.

No me exalto.
Se que vendrá el día de las respuestas.
Y me profetizo clara y desarmada.

Y por saber que la muerte
Es la última llave,
Me adivino en las víctimas
Que despedazo.






ESTATUA

Todo son memorias
Tatuajes
         En la carne.

¿Qué fina erosión
Esculpe
Mis sentidos?

¿Y en cada poro
Dibuja
El peso exacto
De la mano em mi vestido?

         Fémina, 1996


De
Myriam Fraga
OS DEUSES LARES
Monotipias de Calasans Neto.
Salvador: Edições Macunaíma / Artes Gráficas, 1991.
formato 29x21 cm. Não informa sobre o número de exemplares da tiragem,
nem dá outras informações sobre a edição.



2

De que serve a memória
— fuso e roca —
farta de prodígios,
tinjo e lavo
o fio das meadas,
o fio desta vida

lavo com água e
mornos sais
                 o corpo
e enquanto afagas
tua remota cicatriz
tuas
chagas enigmáticas,
heroicos feitos, falos
eu refaço
            as feridas
minhas — doces talhos
de incruentas batalhas.         



Poemas extraídos de O ESCRITOR – Revista da UBE – União Brasileira de Escritores, n. 116, agosto de 2007, cujo editor é o poeta Izacyl Guimarães Ferreira.


CARNIVALE

Porque a carne
É a carne
E tudo mais é fraco
A vida se renova
A cada novo acaso.

Será mesmo a alegria
O gole mais amargo
De um Pierrot que a si mesmo
Reconhece palhaço?

Ó espelho. Ó espelho,
Cada dias mais baço,
Que alvo contorno é este,
Que disfarce
Afasta deste rosto
O ríctus de cansaço?

Nas se é apenas um rito,
Se é apenas passagem,
Um frenesi, um espasmo,
Um galope de cascos,
Rutilantes, no asfalto.

E ao estridente soar
Das guitarras em pânico,
O tempo se desdobra
Em mil estilhaços
Fragmentos de nada...

Ó Deusa Carnivale,
Embala nos teus braços
A alegria dos tristes,
Este embaraço
Do sorriso que se perde
Em carmim e alvaiade.

No rescaldo da festa
Recolhe os pedaços
Deste deus que é delírio
Mas que é também fracasso

Breve
Todo ardor será cinza
Somente a enigmática
Face nos espelhos
Recompondo o disfarce.





CHUVA 

Reminiscências
A inquietar
Como a chuva nos vidros.

Sol que avança,
Inexorável,
O tempo, com suas marcas,

Sua umidade em rios,
Dissolvendo a paisagem,

Seu mofo, sua
Insidiosa presença
Escorrendo da tarde.

Um gotejar sinistro,
O salitre
Infiltra-se nas frestas
Reacendendo feridas.

Ó coração,
Não te atormentes,
Não te levantes contra mim,
Esquece.

Fêmina.  Salvador: FCJSA; Copene, 1996. p. 109)





VIAGEM A MARROCOS

         Para Zélia e Jorge Amado

Na cara o vento sul
— Ou será o simum?
O balançar ondeado
Dos camelos.

Fez, Rabat e Casablanca,
Terracota sutil de Marrakesh,
A cristalina fonte
Em meio à pedra.

Azilah, tuas sílabas
Adejam como aves,
Como asas roçando
Em minha face.

O meu deus é ninguém,
Morreu menino e é doce
Como um fruto,
Como as águas de Oxum
Lavando-me as feridas.

Guarda para mim,
Azilah,
Tuas tâmaras mais doces,
Mais secretas...

Um minarete escreve
Linhas tortas
No canto que se enrola
Pela tarde.

Como um risco de giz
Meu caminho é um círculo,
As caravanas passam...

No regaço
O cão, morto, não ladra.


Fêmina.  Salvador: FCJSA; Copene, 1996. p. 121-122)





De
POESIA REUNIDA
Salvador: Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, 2008. 496 p.
ISBN 978-85-7196-088-6

Ressaca

A ressaca é como vinho
Passada a embriaguês
Resta um co(r)po vazio



Corpo

O corpo, 
Esta ilusáo, 

A transparência
Onde o tempo se inscreve, 

A esculpida
Relembrança 
— o não vivido. 

O corpo,
Este completo desfrutar-se,
Onda, peixe, sereia, 
De barbatanas selvagens 
Como facas. 

Corpo — o corpo, 
Território do nunca,
Inigualável 
País do meu espanto. 

De todos os espantos. 
(des)encontros, naufrágios,
Precipícios. 

Pássaro-fêmea, carne
Colada em moldura,
Pele, poro.

De
Myriam Fraga
Sete poemas, de amor e desespero, 
de Maria de Póvoas, também chamada 
Maria dos Povos, à partida do poeta
Gregório de Mattos para o degredo em Angola.
Salvador: Edições Macunaima, 1995.  Formato 30x11 cm



III

Maria de Póvoas,
Maria dos Povos,
Maria, alma ardente
E as mãos tão vazias...

Que vida enganosa
A tua, Maria,
Tecendo as esperas,
Somando as partilhas,
O sexo em chamas
E a fala macia.

Maria... a cinza na testa,
A oração na madrugada,
Maria, um lobo na espreita,
Um verso como cilada,
O amor é como veneno,
Como sombra na calçada,

Assombração que faz medo,
Maria, é só um poeta
Caminhando pela estrada
E a noite esconde o segredo
De tua pele alvoroçada,
De tua língua, de seus dedos.

Somente um poeta
E a chama
Que te confunde e reclama

O ontem já tão distante...
Tantos dias, longos anos,
Maria, tanto abandono,
Somente o vento nas folhas
E no peito... desenganos.


SESMARIA
De

MYRIAM FRAGA
SESMARIA
Gravuras de Calazans Neto
Salvador:  Edições Macunaima, 2000



O SOCORRO

O vento trouxe a notícia
Na corcova.

Dromedário do silêncio,
O vento,
Mensageiro de inventos.

O cristal da mensagem
É um búzio oco
Onde assenta o milagre.

Flauta que se desdobra
Ao ansioso sopro
Da espera.

A fúria explode em velas
Do outro lado
Do deserto-oceano.
Rompe o muro,
Meridiano azul que nos separa
Do sibilante recado.

O vento,
Tração de animal louco
Pelo mar,
Trouxe a esperança
Nos cascos,

Trouxe o grito
De guerra
E o pressentido sinal.

Coagulado nos poros
Do vazio, o alarme,
Súbitas letras de sal
Na tarde.



De
Myriam Fraga
A LENDA DO PÁSSARO
QUE ROUBOU O FOGO
Ilustrações: Calasans Neto
Salvador: Edições Macunaíma, 1983. s.p.

Formato  xxx  A edição, de 2000 exs, inclui 
um disco LP em separado, com poemas de 
Myriam Fraga musicalizados por Carlos Pita..



UMA ESTÓRIA SEM NOME

Esta estória não tem nome,
Esta estória não tem jeito,
É só um risco no escuro
É só o traço do açoite.

Este canto é como o sangue
Navegando nos meus longes,
Sou eu o Pássaro, o alcance
Do gesto além do horizonte.

Busco o fogo, busco a chama
Para além do meu cansaço

O que busco é só o começo
Sua imagem,
Sua exata partitura,
E o salto além da voragem.

Onde vou vai o meu pássaro.



O FEITICEIRO CEGO

O feiticeiro cego, o xamã,
O sábio decifrador do búzios,
O pajé, o agoureiro
Adivinho das vísceras,
O que sabe o segredo das ervas,
O relicário
Dos últimos venenos.

Este.  O que move a roda escura
Dos dias.  Dos teus dias.

Este. O do vinho. O profundo
Silente.  O que te deu a asa
E o poderoso destino de subir
Aos mais altos sendeiros.

O que te deu o poder
Do fero bico adunco
E à leveza das asas. 
E as garras.  As garras.

O que te deu o voo
E o destino de pássaro.









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