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martes, 30 de agosto de 2011

4721.- LUÍS FILIPE SARMENTO



Luís Filipe Sarmento, 12 de Octubre de 1956. 
Licenciado en Filosofía por la Universidad de Lisboa. 
Escritor, Traductor y Realizador de Televisión. 
Periodista desde 1970, publicista, editor, director de cinema e vídeo. Profesor de Escrita Creativa. 
Algunos de sus textos fueron traducidos al inglés, español, francés, italiano, mandarín, japonés, romano, macedonio, croata y ruso. 
Hay producido y dirigido la primera experiencia de Videolibro hecha en Portugal en el programa Acontece para la RTP (Radiotelevisão Portuguesa), durante siete años. 
Miembro del International P.E.N. Club 
Miembro de la Asociación Portuguesa de Escritores 
Coordinador Internacional de la Organization Mondial de Poétes (1994-1995) 
Miembro de lo International Comite of World Congress of Poets 
Presidente da Asociación Ibero-Americana de Escritores (1999-2000) 

BIBLIOGRAFÍA 
Del Autor: 

A Idade do Fogo, 1975 
Trilogia da Noite, 1978 
Nuvens, 1979 
Orquestras & Coreografias, 1987 
Galeria de um Sonho Intranquilo, 1988 
Fim de Paisagem, 1988 
Fragmentos de Uma Conversa de Quarto, 1989 
Ex posições, 1989 
Boca barroca, 1990 
Matinas Laudas Vésperas Completas, 1994 
Tinturas Alquímicas, 1995 
A Ocultação de Fernando Pessoa, a Desocultação de Pepe Dámaso, versão portuguesa e castelhana, Las Palmas 1997 
A Intimidade do Sono, 1998 
Crónica da Vida Social dos Ocultistas – romance, 2000, 2007. 

Libros traducidos: 

Matins Lauds Vespers Complines, inglês, 1996 
L’Intimité du Sommeil, Canadá, 1998 
Antología de Poesía, Málaga, 1999 
La Intimidad del Sueño, España, 1999 
Drustvni Zivot Okultista, Croácia, 2002 

Representado: 

Água Clara – Património XXI, 1987 
Este Rio de Quatro Afluentes, Património XXI, 1988 
As Fontes, as Nuvens e o Caos, Quimera, 1990 
Onde o Mar Acaba, Publicações Dom Quixote, 1991 
International Who’ Who in Poetry and Poets Encyclopaedia, Cambridge, 1993 e 1997/98 
Português Aqui e Ali – Língua Portuguesa, 6º ano, Plátano Editora, 1993 
Neuropa – Euroeditor – Luxemburgo, 1995 
PO – Letter is Power, Kyoto, Japão, 1995 
L’arbre à paroles, Retour à Trois-Rivières, Bruxelas, 1998 
Antología Poética, Fundación Atlántida, Canarias, 1998 
100 Anos – Frederico García Lorca – Homenagem dos poetas portugueses, Universitária Editora, 1998 
L’Idea, antologia, Itália, 1998 
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 2ª actualização, 1998. 
Europsky Glasnik, antologia europeia, Zagreb, Croácia, 1999 
Premiers mots de l’an 2000, Les Editions Glanures, Quebeque, Canadá, 2000 
Licantropia, antologia – RIL Editores, Chile, 2000 
Forum, antologia, Outubro – Dezembro, Zagreb, Croácia, 2000 
Poezijom Ususret Novom Tisucljecu, Zagreb, Croácia, 2000 
Cari poeti, ...affettuosamente, Emilio Coco, Edizione le Nuove Muse, Itália, 2002 
Singularidades, nº 19, Maio 2002, Lisboa. 
Gabravo – colectânea de poesia, Artdomus, Outubro 2002, Sintra. 
Quorum, antologia, Broj 2/2002, Zagreb, Croácia. 
Singularidades, n.º 20-21, Junho 2003, Lisboa. 
Singularidades, n.º 22, Novembro 2003, Lisboa 
Na Liberdade, Antologia Poética, 30 anos – 25 de Abril, Garça Editores, 2004. 
Singularidades, n.º 23, Maio 2004, Lisboa. 
Singularidades, n.º 24, Novembro, 2004, Lisboa. 
La Voce Che Ci Parla, Antologia di poesia contemporanea, Edizione Bottazzi – Suzzara, 2005, Itália. 
A Meu Ver, fotografias de Carlos Pinto Coelho com antologia de textos, Asa, 2006. 
Debats, n.º 92, Primavera 2006, Valência, Espanha, 2006. 

TRADUCCIONES: 
1 – A Casa das Mulheres, Álvaro Pombo, Ed. Notícias, 1997. 
2 – O Rabo do Macaco, Jorge Luís Camacho, Pergaminho, 1998. 
3 – Lágrimas Negras, José Júlio Perlado, Pergaminho, 1998. 
4 – Uma Comédia Ligeira, Eduardo Mendonza, Ed. Notícias, 1998. 
5 – Eu, García Lorca, Andrés Sorel, Pergaminho, 1998. 
6 – Regresso às Armas, Andrés Sorel, Pergaminho, 1999. 
7 – Autobiografia de Lara, Andrea Rosseti, Ed. Notícias, 1999. 
8 – O Pai dos Nossos Pais, Bernard Webber, Terramar, 1999. 
9 – A Mundialização da Cultura, Jean-Pierre Warnier, Ed. Notícias, 1999. 
10 – Um Dia de Cães, Alicia Giménez Bartlet, Pergaminho, 1999. 
11 – A Cozinha dos Mosteiros, Colares Editora, 2000. 
12 – A Tábua das Marés, Menchú Gutierres, Teorema, 2000. 
13 – A Madeira de Buxo, Camilo José Cela, Ed. Notícias, 2000. 
14 – A Cabeça de Plástico, Ignacio-Vidal Folch, Campo das Letras 2000. 
15 – Comer Como Deus Manda, L. Jacinto García, Ed. Notícias, 2000. 
16 – O Tédio do Homem Ocupado, Michel Bonnefoy, Teorema, 2000. 
17 – História das Práticas de Saúde, Georges Vigarello, Ed. Notícias, 2000. 
18 – Nós Não Nos Despedimos, Marie de Hennezel, Ed. Notícias, 2000. 
19 – O Sonho da História, Jorge Edwards, Difel, 2000. 
20 – O Eros Electrónico, Román Gubern, Ed. Noticias, 2001. 
21 – Propagandas Silenciosas, Ignacio Ramonet, Campo das Letras, 2001. 
22 – Da (In)Humanidade da Religião, Raoul Vaneigem, Ed. Notícias, 2001. 
23 – Leitura do Obscuro, Jorge Urrutia, Teorema, 2001. 
24 – Refutação da Musa, Manuel Forcadela, Teorema, 2001. 
25 – Aranmanoth, Ana Maria Matute, Difel, 2001. 
26 – A Força Para Curar, Edouard Zarifian, Campo das Letras, 2001. 
27 – Essa Luz!, Carlos Saura, Ed. Notícias, 2001. 
28 – Diga Trinta e Três, J. Ignacio de Arana, Âncora, 2001. 
29 – A Aventura do Cabeleireiro de Senhoras, Eduardo Mendonza, Ed. Notícias, 2001. 
30 – Olvidado Rei Gudú, Ana Maria Matute, Difel, 2002. 
31 – Histórias do Mar, Vários, Asa, 2002. 
32 – O Mistério da Cripta Embruxada, Eduardo Mendonza, Editorial Notícias, 2002. 
33 – O Labirinto das Azeitonas, Eduardo Mendonza, Editorial Notícias, 2002. 
34 – A Taberna da Índia, António Sarabia, Asa, 2002. 
35 – A Margem Africana, Rodrigo Rey Rosa, Difel, 2002. 
36 – Vida Feliz de um Jovem Chamado Esteban, Santiago Gamboa, Asa, 2002. 
37 – Erec e Enide, Manuel Vázquez Montálban, Difel, 2002. 
38 – Tora, Sporpress, 2003. 
39 – Dona Inês Contra o Esquecimento, Ana Maria Torres, Bizâncio, 2003. 
40 – A Voz Adormecida, Dulce Chacón, Difel, 2003. 
41 – Madame Bovary, Gustave Flaubert, Sporpress, 2003 
42 – Sem Notícias de Gurb, Eduardo Mendonza, Ed. Notícias, 2003. 
43 – Tratado do Elixir da Longa Vida, Balzac, Sporpress, 2003. 
44 – Ilha África, Ramón Lobo, Temas e Debates, 2003. 
45 – Kama Sutra, Vatsyayana, Oro Faber, 2004 
46 – As Duas Mortes de Sócrates, Ignacio García-Valiño, Bizâncio, 2004 
47 – Cento e um Dias em Bagdade, Asne Seierstad, Presença, 2004. 
48 – História dos Costumes, vol. 10, Jean Porier, Estampa, 2004 
49 – Máscaras de Matar, León Arsenal, Presença, 2004 
50 – Inseparáveis para Sempre, Care Santos, Presença, 2004 
51 – Dicionário de Pintura, séc. XIV a XVIII, Estampa, 2004 
52 – A Décima Terceira Morte do Cavaleiro Negro, Daniel Picouly, Bizâncio, 2005. 
53 – O Segredo da Última Ceia, Javier Sierra, Presença, 2005. 
54 – O Livro Secreto de João e Outros Textos Gnósticos, A. Piñero e outros, Ésquilo, 2005 
55 – Evangelhos Gnósticos, A. Piñero e outros, Ésquilo, 2005. 
56 – Amanhã Será Igual, Faïza Guène, Presença, 2005 
57 – Guia Completo do Artista, Estampa, 2005. 
58 – O Enigma de Vivaldi, Peter Harris, Presença, 2005. 
59 – Jesus Cristo, A Verdadeira História, Jorge Blaschke, Estampa, 2005. 
60 – Os Palácios Distantes, Abílio Estévez, Nova Vega, 2005. 
61 – Sê Tu Mesma, Care Santos, Presença, 2005. 
62 – A Revelação de Pedro e Outros textos Gnósticos, A. Piñero e outros, Ésquilo 2005 
63 – Tudo o que não deves fazer se procuras o amor, Alicia Misrahi, Presença, 2005. 
64 – O Regresso dos Cátaros, Jorge Molist, Ésquilo, 2005. 
65 – A Chave Mestra, Agustín Sánchez Vidal, Presença, 2006. 
66 – O Espião de Deus, Juan Gómez Jurado, Presença, 2006. 
67 – O Secreto Exílio, Ricardo Bellveser, Vega, 2006. 
68 – O Manuscrito de Deus, Juan Ramón Biedma, Presença, 2006. 
69 – O Evangelho de Judas, A, Piñero, Ésquilo, 2006. 
70 – O Evangelho de Judas, F. García Bazán, Ésquilo, 2006. 
71 – As Lágrimas de Karseb, Julio Murillo Llerda, Ésquilo, 2006. 
72 – A Alquimia do Unicórnio, António Rodríguez Jiménez, Vega, 2006. 
73 – O Último Ritual, Yrsa Sigurdardottir, Gótica, 2006. 
74 – A Vida Oculta de Jesus, A. Piñero, Ésquilo, 2007-01. 
75 – Isabel, a Rainha – O Sabor das Cerejas, Ángeles de Irisarri, Pergaminho, 2007-03 
76 – A Bíblia Rejeitada, António Piñero, Esquilo, 200 
77 – A Mula, Juan Eslava Galán, Arte Plural, 2007 
78 – Sexperiências, Milena Ivanova, Presença, 2007. 
79 – Ser Feliz, Care Santos, Presença, 2007. 
80 – Fui Roubada Aos Meus Pais, Céline Giraud, Presença, 2007. 
81 – Ars Mágica, Nerea Riesco, Arte Plural, 2007. 
82 – O Romance da Múmia, Theophile Gautier, Zéfiro, 2007. 
83 – Heróico Fogo da Primavera, Sabina Ricagni, Zéfiro, 2008 
84 – A Conspiração do Templo, Peter Harris, Arte Plural, 2008 
85 – Bingo, Esther Tusquets, Edições 70, 2008. 
86 – Sem Necessidade, Julián Rodríguez, Edições 70, 2008. 
87 – O Círculo Octogonus, Peter Harris, Arte Plural, 2008. 
88 – O Perdão dos Pecados, António Fontana, Edições 70, 2008. 
89 – O Mercenário de Granada, Juan Eslava Galán, Arte Plural, 2008. 
90 – A Colonialidade do Poder, Aníbal Quijano, Edições 70, 2008. 
91 – Variações Sobre a Escrita, Roland Barthes, Edições 70, 2009. 
92 – Deus é Fixe, Cyril Massarotto, Pergaminho, 2009. 
93 – O Livro dos Saberes, Constantin von Barloewen, Edições 70, 2009. 
94 – Ecrã Global, Gilles Lipovetsky, Edições 70, 2009. 
95 – Discothèque, Félix Romeo, Edições 70, 2009. 
96 – A Boa Vida, Alex Rovira, Vogais & Companhia, 2009. 
97 – Cadernos de Uma Viagem à China, Roland Barthes, Edições 70, 2010. 
98 – O Património em Questão, Françoise Choay, Edições 70, 2010 
99 – Verão, Manuel Rico, Edições 70, 2010. 
100 – Tempos Hipermodernos, Gilles Lipovetsky, Edições 70, 2010. 
101 – Os Melhores Tempos, Marta Sanz, Edições 70, 2010. 
102 – O Ocidente Mundializado, Gilles Lipovetsky e Hervé Juvin, Edições 70, 2010. 
103 – Os Comboios Vão Para o Purgatório, Hernán Rivera Letelier, Ulisseia, 2010. 
104 – Dias e Noites, Andrés Trapiello, Edições 70, 2010. 
105 – Fim, David Monteagudo, Edições 70, 2010. 
106 – O Pássaro Debaixo da Língua, Josan Hatero, Edições 70, Jan. 2011. 
107 – Canção Para Caminhar Sobre as Águas, Hernán Rivera Letelier Ulisseia, Junho 2011. 
108 – As 25 Tarefas Obrigatórias do Director de PMES, Luís Castañeda, Actual.





GRAMÁTICA
DE LAS 
CONSTELACIONES




1.

Giran los soles. Giran mariposas que han bajado à las chinas. Giran las manos y sus resplandores, en esta habitación que es un universo silencioso de muecas y poca creencia. Se mueven los brazos, los cometas de aquel cuerpo, intentando agarrar el lugar donde el éxtasis es bebido como el néctar estelar de los rituales. Tras los primeros baños y las primeras luces violáceas, sus gestos me dibujaron abstracciones en la piel que irrumpía inesperadamente en deseos. Más tarde, el futuro del plasma en un adiós precario a orillas del río amarillo. Las mariposas eran negras, eran nubes, eran polvo. 
Giran los soles alrededor de mi unidad. Veo claro en los rastros que dejan sus volteretas con destino. Siendo estrellas, lo que recordamos de ese oriente femenino, nos hacen esperar la sentencia de la despedida y en la lengua la mudez húmeda y los gestos, ¿en qué verbo, en qué idioma, en qué oración? 
Deliciosamente desnudo de todos mis poderes, la galaxia eyacula láctea poción y en esa lluvia de todos los misterios me toca la noticia de ser encarnado y rigurosamente yo.   




2.

Soy abstracto porque me consumo en palabras. Soy abstracto porque exijo la abstracción dentro de mi juego. No soy hermético, o tal vez lo sea, en esta potencia creadora de mirar el mundo todos los días como se fuera una esfera de fuego. Los indefensos jamás entenderán esta tarea de redactar abstracciones, placeres, explosiones internas que me revivifican. Yo ya no existo en esta dimensión diminuta de sordos. Soy abstracto en el reino del sonido. En la oración de la palabra. Como se la existencia fatal que me protege fuera comulgada más allá de las estrellas en una fiesta de abstracciones. Soy abstracto por naturaleza y militancia política, lo que no quiere decir nada, como rigurosamente nada dice ser un agente social desproveído, indigente y imbécil. He dejado los cotidianos festivos, nulos y frívolos. 
Quiero amar con la boca las constelaciones solitarias de los cuerpos que me gravitan. Y por eso soy abstracto. Soy abstracto porque hay un mundo de estrellas con millones de significados y cada uno de ellos produce millones de abstracciones. Y cada abstracción un millón de gestos donde abstractamente me consumo como en los sabores indecibles de todas las abstracciones de la palabra antes de ser escrita. Y desnuda.   
     



3. 

El universo único es redondo como la perfección intuitiva de los hombres. Redondos son los ojos dentro de la luz, la madre redonda de sangre en la precipitación perfecta de un hijo cósmico. 
El universo es curvo, redondo, circular en la circulación imposible del misterio: ¿en qué dirección, en qué lugar, en qué puesto, en qué memoria?
El universo es curvo y redondo como la mirada que tenemos dentro de nuestras constelaciones. 
El universo curvo es la serpiente Uroboros en su magnífica circunferencia, en su soberbia consciencia despertada en la grandeza y en la lucidez en el centro pacifico de la perfección.
En este aparente caos, la visión completa de los cielos nos deja la belleza mágica de todas las perfecciones cósmicas incesantemente inacabadas. 
¡Afortunadamente!    



4.

El universo tiene puertas, accesos, cuevas y manos rigorosas, tanteando lo desconocido, la angustia, el miedo, la desesperación y los pasos adelante en los territorios del vacío donde la luz se exprime en una auténtica vivencia de transparencias. 
El universo y sus potentes masas vomitan, expandiéndose en partículas invisibles: energías sueltas y sin destino marcan los destinos de los hombres como marionetas disimuladas en el techo imposible de la inexistencia. Lo que es raro. 
Ventanas de futuros probables, donde todo fue previsto, visionado y guardado como secreto supremo del ascendiente obrero. Que nunca se ha visto. 
Mirando las palabras de las estrellas y sus complejas herencias, se especula, en los textos indefinidos, en una excesiva geometría de encuadramientos que regulan el dibujo de las almas, la escultura del espirito en nombre de los destinos.
Vivir en esta metáfora de contradicciones es purgar el Universo para que el reencuentro de las masas se ajuste perfecto en la fabulación milenaria del hombre hablado y escribiente.
En esta arquitectura fluctuante.



5.

Me falta un mes
en este legendario calendario 
de memorias. 
Hay un mes secreto e impronunciable 
Hay un mes misterioso e innombrable
Hay un mes justo y perfecto

que regulariza el año.

Trescientos sesenta y cinco 
es el ciclo de un respeto. 
De veinte y ocho en veinte y ocho días
el oculto mes es rehecho
y en esa metamorfosis del tiempo
se rapta al hombre electo

en un año suicida y lento 
lento como yo



6.

El elipse es la perfección del círculo;
es su expansión en el misterio
la vida desconocida sobre sí mismo.
Mi casa.




7.

Ando alrededor de mi pié
y no me encuentro
porque la velocidad
en el centro perfecto del ojo
es incapaz de responderme 
De la visión
la noción capaz
de identificar la constelación 
de mi ser
que se interroga.
En ese Pi 
hay millones de números 
con la intensidad
de mis puntos energéticos. 
Lo que es un fraude.



8.

A occidente de aquello, los bárbaros
conflictivos con la inteligencia universal,
racistas culturales y arrogantes de las últimas tierras del sol, 
escamotearon en más de mil años
la geografía de la memoria
la gramática de las constelaciones. 
Y se quedaron sin cielo.





9. 

Hoy, en este diario revisitado y hace mucho olvidado,
reanudo la ruta del sonido, las constelaciones de las palabras.
Hay una urgencia finisecular en esta masa azul 
de decir con gritos el silencio y su deseo
para que la armonía se reintegre 
en la pacífica inocencia de quien nace bajo la sangre.
Hoy, día de tantos minutos que han sido noticia, 
los periódicos no hablan de amor y han olvidado los astros.
Hoy, han sido muchas las horas de miedos y refugios, 
la televisión no ha contado ninguna ilusión del hombre.
Hoy, en esta angustia de vivir para morir, 
las radios del mundo no han escuchado
el concierto del universo en expansión.      
Hoy, en esta vulgaridad de que todos los días sean hoy, 
olvido el suelo y estático me invito a la convocación de los planetas,
en la línea abstracta de todos los imposibles universales,
para conectarme al color inocente que, en el primer instante, 
ha dicho la primera palabra que ha dado cuerpo a la dimensión
caótica, de todas las ilusiones fragmentadas en interrogaciones. 

Hoy, el día no se ha mirado a sí mismo.




10. 

Vivirte en esta dimensión mínima de las constelaciones
interiores y en el resultado nulo de las presencias
y preservar el sentido de los deseos que hierven
añade arritmias a las sumas de las ansiedades,
miedos y sobresaltos por posibles fracasos
de dibujar lunas con mi boca ardiente
en el sol rojo de tus labios que se derriten
en los desiertos del silencio y de la distancia en movimiento.          
¡No sé lo que me pasa por la cabeza!
Yo sé que tienes largos cabellos intocables y libres
y vellos libres en el cósmico vendaval de ese cuerpo
que pide y interroga, que juega y disimula,
en un placer que explota como una supernova
para bucear, sin regreso, en el agujero negro
de la palabra muda que interrumpe la conversación probable 
de la seducción y alejarse con misterios en los gestos
en una intensa despedida, en una inmensa lluvia que me ahoga.
¡Lo que me podría pasar por la cabeza!
Miro los sentidos del universo, intentando comprender 
si las recordaciones son hijas que no crecen
o si la memoria es una amante en eterna evasión
para ese territorio de nadie, en la locura galáctica.
Miro, con lujosa visibilidad, los horizontes de todas las miradas
y es todo muy grande, inmenso de una inmensidad imposible, 
y que me hace interrogar sobre la existencia que pensamos poseer
y desistir de esta agonía de saberte distante.
Aun por nacer. 





11.

Las regiones solares como paisajes de evasión,
el sudor, la savia y el jugo
disponibles en los cuerpos excesivos y geométricos, 
la parada en el tiempo y el olvido feliz 
de los contratos y de los viejos registros;
las regiones solares como intensidades de los gestos,
el sabor y el tacto que se beben,
la luz polvo que se incorpora y oculta, 
la ebullición de los movimientos que se expanden 
con sus sombras pobladas de líquidos;
las regiones solares como calendarios prohibidos,
el tiempo evacuado segundo a segundo,
la suspensión de los movimientos en el inagotable espasmo,
el calor incendiado de los magníficos agotamientos
y, después: el ejercicio de la residencia lunar. 

Sin pagar el alquiler del espacio.



12. 

¿Y si yo te besara el corazón
como si fuera mi país gota a gota
y bebiera la savia húmeda
que transpira, entre las piernas, el deseo
y viajara en el aroma de tus cabellos
y sintiera en la boca otro destino
en las estrellas de esta nación sin pasaporte?

¿Y se yo te penetrase en el vientre
la petición de una nueva casa
como si fuera un extranjero errante 
en el desconocido planeta de tu cuerpo
y que se anuncia sin pasado?

¿Y se en mi cuerpo
no hubiera presencias ni moradas 
como si las transparencias de los gestos
fueran la eternidad del calor?

¿Qué haría con mis manos paralizadas
en las páginas blancas de tu piel?
¿Qué haría con la tinta de la saliva 
sino eternizarte en la palabra secreta
de un imposible poema
retumbando en el indecible universo
y creyendo que el amor existe?

¿Para qué?





13.

Nadie más seré que otro: seré el triple tríptico esencial. Seré aceite como savia, savia como primordio. Nadie más seré dentro de este mundo, dentro de este universo, dentro de esta inexistencia. Seré nadie. Seré piedra. Gruta. Oro. Esencia. Emanación de emanación de emanación. Seré llamarada. Y grito. Seré gusto. Seré gesto. Seré geómetra. Circunferencia de todos los seres. Curva perfecta de ningún lado. Seré los perfumes. Seré camino. Seré movimiento. Paso sobre paso, búsqueda a búsqueda, boca a boca, lengua a lengua. Seré dicho. Maldito. Incógnito. Y futuro. Seré sombra. De sombra en sombra. Compuesto de penumbras y solsticios. Seré equinoccio. Principio. Seré agua. Seré marea. Seré rincón. Seré de todas las profundidades. Seré todos los espacios. Subterráneos. Ninguno más seré que otro: seré el triple de esta luz colada. Seré blanco. Seré franco. Abierto. Seré allá. Seré salto. Umbral. Espacio. Y punto. Y seré el regreso. 

¡Si yo quiero!



14.

Soy como se fuera otro. En la iniciática transmutación de mi vida. Porque no creo en nada. Soy como si fuera otro que no me conozco. Estoy en un espacio desconocido de la ilusión. Soy espanto y miedo. Soy impensable. Donde no me tengo. ¿Y quién me tiene? Soy perfume. Soy viaje. Estoy allá porque estoy aquí, porque este es el fingimiento del corazón. Como un viajero estático de metamorfosis. Crisálida y mariposa. Capullo y vuelo. Horno y oro. Soy sobretodo de acá de mí y sólo después del allá del otro. Porque te amo. Me oculto porque te deseo en el desencuentro de los tiempos. Y, por eso, hay un regreso a la mirada que fuimos. Seré tu habla y tú mi boca. Seremos las lenguas de los idiomas que se sienten por todos lados. Seré fado. Seré saudade. Seré mar. Pero no seré portugués europeo. Ser portugués europeo es ser inexistente, cero, nulo, basura. Seré de otro mundo, maldito y infiltrado, osado y ángel. Seré renegado y respectado, seré muerte y soplo, divino y liberto. Seré hombre de mi país auténtico. Ah, seré la libertad del gesto, de la sangre, de la tinta. Seré el alimento de las emociones, el grito y el poema, la palabra y el manifiesto, el verbo y el aire. Sólo yo sé que soy libre en esta prisión. Firmo la sentencia de la libertad. Liberado, libre, hombre, dios. Seré mi inexistencia y la obra que respiro en esta tinta. Seré mi lugar en el seno de los astros. Seré el amor que te ofrezco. En el lejano espacio de esa posibilidad. Seré como se fuera otro, lengua de todos los idiomas. Seré Babel. Babel celeste.




15.

Veo con nitidez el silencio de lo que de nuevo me va a suceder en esta perpleja inexistencia, en este mes milenario. Me fumaré el opio en flor y vomitaré las alegrías torrenciales de la invenciones, de los espasmos orientales, enfrentamientos con mi propio misterio, dónde el sol me nace, naciendo despacio. ¿Dónde estoy? ¿Y por qué no estoy en mi país? Debo ocultar a todos mi locura sutil, irónica y voraz, la locura que no quiero perder porque vivo en ella y quiero vivir para siempre. Loco total. Ser transferido. Cambiado. Dentro de mi silencio. En la residencia alucinada de mi ser. En el secreto en el que vivo. En el exterior de mi país.




16.

En este enfrentarse irresistible en el espacio vacío de las alturas, en este juego imposible de lejanías y soledades, en este sueño olímpico de ser como los dioses, en esta vulgaridad de desarreglar los espacios en este sin espacio, en este miedo de volar por la laguna de los tiempos y en esta renuncia indecible, yo te amo en la transfiguración que dibuja tu figura en la transparencia del aire. 
Tú habitas en el recóndito secreto de mi ser. Yo tengo la ilusión futura de un beso. Sólo un beso como si la distancia imposible de las bocas deletrease el vigor del deseo que en ti concentro, mi amor.
Te veo en el translucido mapa aéreo del universo y te visito, sin nombre, de incógnito, en la casa de tu oficio, en el lugar olímpico de tu presencia.
Viajo a oriente de ti, mi amor, en la dirección contraria a donde un día nos cruzaremos por rutas diferentes.
El mundo es redondo como tu boca, el beso único destino de mi ternura. 
El tiempo perdió su consistencia y ya no sé dónde está el día de mi presencia. Camino alrededor del aire y sólo en el aire encuentro la foto de tu rayo. 
Amarte es rigurosamente decir en este secreto sentido de la escritura el poema inexistente que un día, en una noche sin destino, escribiré en tu cuerpo de ámbar.
Si él existe.




17.

Aquí estoy de nuevo. En esta perturbación de perturbarte. Nada sabes de estos carnavales caóticos. ¿Lo sabrás? Nada dentro de tu ignorancia te irá a asaltar. Yo, y sólo yo, te convoco a estos encuentros como si fueran postreros. Solamente para dibujarte. Para esbozar tu sonrisa. Manipular tu gesto peculiar. Escuchar tus dudas tan características. 
Solamente yo te veo, escenificando tus propias emociones. Así me quedo absorto de mezquinas realidades para contemplarte dentro de mi creación. Has evolucionado en las confesiones, en los silencios y todo lo que te invento, solamente para absorberte, podría ser rigurosamente de tu autoría. Te veo en esta oscuridad porque te amo en la infinita distancia oscura.
Solamente te despierto para decir banalidades. ¿Qué espero encontrar? Tal vez un encuentro casual en este espacio virtual para escuchar simplemente la respiración silenciosa de un beso. 
Te escribo sin destino. Como todo lo que escribo.
Sin que sospeches de mis inquietudes yo prolongo cada vez más mis permanencias hasta que un destino insondable me tome en brazos y me lleve a tu palacio de agua. Y solamente mi timidez impedirá que te ame en todo agotamiento de mi cuerpo y de mi voluntad.
Es solamente lo que me queda en este cotidiano de imprevisibilidades. Es solamente lo que me queda en este banal discurso de trivialidades. Es solamente lo que me queda. 
Ridículamente pasar el tiempo escribiendo cartas sin dirección. 
Esperando la respuesta. 




18.

Europa tiene una cara sin rostro. Dicen que es una fuerza, símbolo protector de mi ser, el ser europeo, que no existe. Hablan de regiones que se identifican heroicamente en su exoterismo y en su esoterismo. Qué enfermizo. Afirman y dicen proteger las gramáticas subterráneas de sus diferencias culturalmente tribales. Europa es un mimo. No tiene sonido.
Las naciones no son reales, los países virtuales, las intenciones son cánceres de filosofías e protectorados en un continente agnóstico. Y Europa, sin embargo, es un misterio y su imposibilidad. 
En la Europa-cicatriz residen los fragmentos de desastres cosméticos. La cara de Europa quiere ser un rostro y no tienen ojos, ni boca. Sus expresiones son fantasmas que no coinciden.
La Europa de los hombres va a ser demolida. La Europa de los territorios es una plaza de tráfico y muerte. 
Europa será la mar de mi Atlántida. 
Acta de los actos de partida y regreso. 
Adiós.  





19. 

Fue una noche excesiva de constelaciones cuando desde el balcón
volví a la cama cuatro veces. 
El cansancio impedía que me quedara de pié. 
Los insomnios no permitían que siguiera acostado. 
Todo en el tiempo quedó suspendido. El mundo se detenía 
en su cabalgata cotidiana. Hacía un punto final. Y no dormía. 
Lejos de las miradas. De los puntos de todos los puntos. Lejos
del encerramiento de las almas y de las bocas distante, distante 
y a salvo, a salvo de las miradas que miraba, sereno e irónico. 
El mundo estaba fuera de su universo y el vacío, donde se había     sentado, 
contrastaba con el obsesivo laberinto que había dejado. 
No dormía ni despertaba. 
Y lo que vía era la intimidad del miedo. 





20.

Los ángeles se han amotinado y el padre de Cristo por fin ha muerto en su eternidad. Como todos los creyentes que han construido la energía de la destrucción con los miedos de un milenio que se anunciaba oculto y, al mismo tiempo, pacificador de almas. Lo que no deberá ser verdad. 
Hay preces en las bocas infantiles de los condenados a la perpetua sumisión de la Iglesia Inquisitorial. Son golpes y gritos, los gritos de la última metamorfosis del globo. Un espectáculo incalculable. Jesús vuelve a ser hombre en el reino subterráneo de las ciudades mágicas, donde el Rey del Mundo hay perdido su influencia.
Esa región de los abismos tenía una capital que se llamaba Agartha, que no ha existido nunca, centro de los seres etéreos y que es hoy un desierto con profetas que limosnean espíritus que los oigan. El suelo se abre en una sonrisa vertical, expeliendo sangre y haciendo implosionar el mundo desde sus cuevas. Las grandes ciudades sumergidas son abandonadas por los creyentes que son siempre los primeros a huir, suicidándose en las primeras tempestades de los asteroides interiores. La explicación sonora de las gramáticas de las revoluciones terrenales cuando los ritmos se alteran y emprenden el camino contrario. BOOM. El primero BOOM es soberbio y en él reside toda la percusión del mundo. BOOM: hay un concierto de astillas sin público. ¡Espectacular! 
Las piedras son como polvo en el zigzaguear universal como serpientes inmundas en el asedio de un festín pornográfico. Las lenguas piden otras lenguas y nadie se entiende con sus deseos y con sus sexos. Hay como una vía láctea que se condensa en una masa fétida de espermas de muchas bestias que se engullen para después ser deglutidas en el negro abismo que su boca exhibe con sus entrañas revolcadas de ceniza y carbón. Dios arde en las profundidades del Infierno y los otros dioses se reniegan, con sus ropas de hombres apocalípticos. Ni los dioses aguantan el peso de la mierda que han cagado en la historia durante milenios.
Se cantan las últimas palabras de adiós y esperanza como se fueran ingenuos. Pero el cambio no permite ilusiones y todo es tragado en una longa y enfermiza digestión de huesos y cemento. Las lluvias son cataratas torrenciales de amoniaco que inundan la hecatombe final. El hombre se rinde a su propia impotencia de un día haber sido creado a la imagen y semejanza de Dios. Déjame reír porque soy el último. 
Se preservan las embarazadas y los maestros que jamás se han proclamado. Se preparan nuevos prados como sI hubiera planetas lejanos alrededor de nuevos soles. Y la tierra regenerase dentro de su propia sangre.
El amor se suspende en el interior de las naves espaciales infantiles que giran inútilmente en los cielos rojizos de placer y rabia. Como era previsible. Hay un sol que existe, pero ele es verde y rebomba en sus vísceras las dolores de parto, preparando el vómito final de un nuevo planeta desorganizado e llaman Guerra donde la Tierra se reinventa dentro de la masa putrefacta. 
Escribo sin destino la noticia final dentro de este viaje alucinógeno donde me precaví: los ácidos estaban en buen estado de conservación y me revolcaron el corazón que ya no palpita como otrora en las calles de Lisboa. Pero la ciudad está viva dentro de esta muerte. Ella recupera el pulso verde de su sangre celestial. Lisboa nunca ha existido en la cruda realidad de la mundialización. Lisboa es un espejismo de un sueño, un oasis de luz, fragmento de un gran deseo: ser irreal. 
Escucho por satélite que los satélites vivos han enloquecido con las entrelíneas como venas programadas por los hombres que jamás se drogaran. Y ellos están muertos en los fragmentos de los laboratorios que no han sabido dirigir. Y el precio fue su destitución del poder por la muerte de una ética desastrada, incompetente. Por fin, sus cuentas bancarias, alimentadas en los tableros políticos de todas las miserias humanas de nada les han servido. Han muerto ricos y saludables. ¡Qué horror! Ellos fueron los traidores de su propia cofradía de maestros poderosos. Han creado lo imposible y esa posibilidad los aniquiló.
El mundo revienta, el micro universo de los triunfantes estalla en las manos de los miserables que han sobrevivido a las hambres impuestas por todas las inflaciones. Y todo estalla en una deuda cenagosa de dólares y euros. Y todo estalla. El mundo se reinventa en la gramática de las constelaciones, en un nuevo lenguaje planetario, en cada sílaba del poema en la boca del hombre-fénix. 

Luís Filipe Sarmento

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