António Franco Alexandre
Nascido 17 de Junho de 1944, em Viseu,PORTUGAL, António Franco Alexandre é tido como um dos melhores poetas nacionais da actualidade. Doutorado em Matemática e em Filosofia, viveu e estudou em França e nos Estados Unidos
Biografia
Viveu na França, de 1962 a 1969, na cidade de Toulouse, onde estudou Matemática. Viajou para os Estados Unidos, onde continuou a estudar. Em 1971, mudou-se para a cidade de Paris. Apenas depois da Revolução dos Cravos retornou a Portugal. B.Sc. em Matemática pela Universidade de Harvard e doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa, desde 1975 lecciona Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Obra
A estreia na publicação dá-se em 1969, com Distância. O ano da revolução de Abril é especialmente prolífero: o poeta lança Visitação, A Pequena Face, Dos Jogos de Inverno, Sem Palavras Nem Coisas. No ano seguinte, regressa a Portugal para leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa. Segue-se a publicação das obras Os Objectos Principais (1979), A Pequena Face (1983), As Moradas 1&2 (1987), Oásis (1992). Em 1996 reúne todos os livros que havia publicado até então, à excepção do primeiro, em Poemas.
Em 1999 Quatro Caprichos vence o Prémio APE de Poesia, trazendo-lhe maior reconhecimento.
Duende é, segundo Eduardo Prado Coelho, «um dos mais belos livros de poesia amorosa que se escreveram desde há muito em língua portuguesa». O júri do Prémio Corrente D´escritas classifica-o como
«um livro que conjuga numa tensão permanente o fragmento e a totalidade, num poema feito de 52 sonetos, onde a originalidade do processo enunciativo impera dificultando a leitura, mas onde o ritmo e a rima colmatam essa dificuldade no sentido de uma evidência.»
É a consagração de um poeta de cuja vida pouco se conhece, mas cuja obra não esqueceremos facilmente.
Bibliografia
Poesia
1969: Distância, edição do autor.
1974: Sem Palavras nem Coisas, Lisboa: Iniciativas Editoriais.
1976: Cartucho, em colaboração, edição dos autores.
1979: Os Objectos Principais, Coimbra: Centelha.
1983: Visitação, Porto: Gota de Água.
1983: A pequena face, Lisboa: Assírio & Alvim.
1987: As Moradas 1 & 2, Lisboa: Assírio & Alvim.
1992: Oásis", Lisboa: Assírio & Alvim.
1996: Poemas, Lisboa: Assírio & Alvim (livro de poesia reunida, exceto Distância, mais inéditos).
1999: Quatro Caprichos, Lisboa: Assírio & Alvim.
2001: Uma fábula, Lisboa: Assírio & Alvim.
2002: Duende, Lisboa: Assírio & Alvim.
2004: Aracne, Lisboa: Assírio & Alvim.
Outras publicações
2006: Enciclopédia e Hipertexto, editado com Olga Pombo e António Guerreiro. Lisboa: Edições Duarte Reis.
TEXTO EN ESPAÑOL
Traducción de XOSÉ LOIS GARCÍA
Arqueología historia posible
condenado por las leyes y sin
outra defensa que los lábios enmudeció súbitamente.
vendido esclavo para el Brasil, el Pdre. A. V.
lo iluminó en la fe Cristiana & misericórdia.
José Ignacio Pombo: injusto también y bárbaro el derecho
que se cobra en cada venta de los esclavos.
Es un derecho sobre los hombres.
Pero conservo (hoy lo sabemos) creencias
salvajes & la impiedad natural de los Orígenes,
ajeno a la salvación espiritual & progreso en la vía del culto.
y él grava también
sobre la agricultura,
los hombros le temblaban por dentro despacio. Huido
em noviembre dos, de 1804
& entregado a estas autoridades cinco meses pasados
y cortadas las manos por culpa de hurto,
muerte, y hábitos (dicen) viciosos que una misión
no extirpo completamente,
habitada em comunión carnal contra natura,
adorando ídolos, dando a la brujería & hechicería.
Los 38800 pesos producto de novillos, y
mulas vendidas em Jamayca, reducido a
negros comprándolos a 215 pesos
dan .................................152
Agravado por conocedor de los princípios morales
& catecismo, & civilización, & instruído
en el conocimiento de la lengua y costumbres,
ayudado que fue por el Pdre. A. V. y otros
en el camino de la Redención;
será obligación precisa,
y personal de los Curas, aplicar todos los días festivos
la Misa, por ele pueblo, explicarle el evangelio
antes de ésta, y la doctrina cristiana por la tarde
& con el confortamiento de las uncionas Stas
fue decapitdo em abril 20, de 1805 después
de cortadas sus regiones
como ejemplo mayor que guarden
las poblaciones & extirpe costumbres bárbaras
& incitamiento a la fuga.
(le temblaban
los hombros levemente, por dentro.
Levaba en el pecho una medalla redonda de cobre;
herido en la espalda por una bala rasante.
Estando el sol muy fuerte & el tiempo húmedo
se pudrió rápidamente el cuerpo).
Por derechos de marca de 263 negros
a 40 pesos cada uno...................10520.
Por 6% de muertos, y gastos sobre
los 71070 pesos en total ................ 4260.
Producido líquido de los negros............56230.
Le temblaban los hombros porque tenía miedo
& señales de las estrellas mal presagio & había visto
muertos a los compañeros antes de ser preso,
& estando solo
le parecia la muerte muy difícil.
(levemente, como
por dentro. Y al ser castrado
abrió la boca como si hablara, como
si fuera a gritar, pero no se le oyó voz,
mientras cerraba los ojos & una lágrima
oscura le escurría el sudor de los lábios)
Logramos la fortuna
de tener um Soberano,
Padre verdadero
y mante de sus vasallos,
fue enterrado em el campo mayor
por dispendio ordinario,
(delicadamente)
& los hijos, que tuviera, entregados
al cuidado de su legítimo
propietario.
Si a éstos se agregan los derechos de alcabala de venta, y
reventa en estos negros; el aumento de frutos, y
consumos, que dan, subiran mucho las utilidades, que produce
esta negociación, al Rey, a los intereses y a la Provincia.
Extraído de HORA DE POESÍA 27/28 Año 1983 – Antología de la actual poesia portuguesa. Livro doado para a Biblioteca Nacional de Brasília por Aricy Curvello.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
a rectidão da água; o crescimento
a rectidão da água; o crescimento
das avenidas, ao anoitecer, sob a nua
vibração dos faróis;
o laço, mesmo, das portas só
entreabertas, onde a luz
silenciosa se demora;
são memórias, decerto, de um anterior
esquecimento, uma inocente
fadiga das coisas,
como os corpos calados, abandonados
na véspera da guerra, o teu
jeito para
o desalinho branco das palavras,
altas as
asas de nuvens no clarão do céu
em vão rigor abrindo
o destinado enigma: assim
desconhecer-te cada dia mais
ausente de recados e colheitas,
em assustado bosque, em sombra
clareira,
ao risco dos rios frívolos descendo
seixos polidos, desinscritos,
imóveis movendo
a luz do dia;
a margem recortada, aonde vivem
ausentes e seguros, os luminosos
animais do inverno;
assim são na verdade os muros claros;
assim respira o tempo, a terra intensa.
Nesta última tarde em que respiro
Nesta última tarde em que respiro
A justa luz que nasce das palavras
E no largo horizonte se dissipa
Quantos segredos únicos, precisos,
E que altiva promessa fica ardendo
Na ausência interminável do teu rosto.
Pois não posso dizer sequer que te amei nunca
Senão em cada gesto e pensamento
E dentro destes vagos vãos poemas;
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