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miércoles, 1 de enero de 2014

RUY ESPINHEIRA FILHO [10.589]


Ruy Espinheira Filho 

(Salvador de Bahía, Brasil, 1942)
La reconocida editorial Bertrand Brasil publicó su poesía completa bajo el título de “Estación infinita y otras estaciones” (Río de Janeiro, 2012, pp. 587), donde se reúnen los doce libros publicados, más otro inédito, de este poeta y narrador nordestino. En la atractiva edición hay poemas escritos entre 1966 y 2012. Espinheira ha obtenido algunos de los más importantes premios poéticos de su país y es miembro de la Academia de Letras de Bahía. Tiene una licenciatura en Periodismo, una maestría en Ciencias Sociales y un doctorado en Letras.






ENERO

Enero descendía como las lluvias e inventaba escarabajos
y mariposas y pájaros y renacuajos y
caminábamos descalzos en el barro
y allá estaban las lavanderas con sus muslos
              morenos y fuertes como el agua
y que todas las noches me asombraban
cálidamente..

Enero soplaba un viento del primer instante de todo
y lo que respirábamos se llamaba mañana
                                                                        y fue
lo que yo te quise ofrecer porque eras tan hermosa.

Pero eso sucedió después. Después
como ahora.

                  Y es para siempre
para nunca más
                                 este exilio






NOCTURNO

No recuerdo nada,
pero salgo del sueño con un cansancio de haber
soñado mucho.

Ojos abiertos en lo oscuro,
veo
un lago olvidado hace treinta años;
una chica que no se marcha nunca,
nunca;
un brillo de botellas en cuya alma violenta
intenté (inútilmente) consumir
mi voluntad de morir.

Cierro los ojos. Quiero
apagarme en la noche,
                                     ser la noche
                                   u  ese gran silencio
allá afuera
donde espero que el mundo
no se encuentre más.







OTRO CUMPLEAÑOS

Sesenta y cinco navegaciones
completas
alrededor del Sol.

Todo vacío donde prometieron
radiantes legiones
de ángeles.

Ningún dios
a no ser el recuerdo de los que murieron
en el alma
uno a uno
bellos o hediondos
durante el viaje.

Sesenta y cinco veces
la vuelta al Sol
y ninguna revelación
ningún sentido
nada

Más allá del cultivo de una sombra
cada vez más larga
ni el oro agonizante
de la tarde.







ADORMECIDA

Observabas los párpados
cerrados
sobre los ojos como aguas oscuras
donde siempre te veías
en toda tu trémula
palidez.

Observabas los parpados.

Y los senos.

Especialmente
los senos,
sobre la blusa ligera,
hacia donde tus manos iban
bajando
lentamente.

Entonces
un ruido cualquiera hirió el lago
del silencio
que venía de la casa,
                          del patio,
                                      del horizonte,
de tu alma
y luego estabas perdido
como tantas veces después
tantas veces
y ahora.







DESPUÉS DE CIERTO TIEMPO

A Carlos Barbosa

Después de cierto tiempo, la única certeza
que nos queda es la de la implacable belleza

de las mujeres que amamos un día, locamente
y hasta, en casos más graves, eternamente…

Y de certezas casi no tenemos nada más,
A no ser la del esplendor de las historia de la hada

Donde hay el príncipe que somos y ella, la que amamos,
y tan felices para siempre, resplandecemos.

Después de cierto tiempo es solo lo que el corazón
nos palpita: esas mujeres que jamás se van

(pues viven en nosotros, mientras no nos hacemos
sombras, en las luces más suaves las soñamos)

y esa alma ideal, si bien tan secreta,
que fingimos no ser nuestra, pero sí de un poeta

que leemos en incierto día y admiramos
tanto que de él hasta en silencio hablamos.

Después de cierto tiempo, la única certeza
son esas cosas de la emoción y de la belleza

que pueden no ser mucho, o aun no ser nada,
pero son nuestro cuento de príncipe y hada

–y hacia más allá nos llevan de esta dura lidia
que contó para nosotros el otro lado de la vida.


[Traducción de Alfredo Pérez Alencart]

http://www.crearensalamanca.com/2013/08/poemas-de-ruy-espinheira-filho/



CANÇÃO DAS CïNZAS DA TARDE

As cinzas da tarde descem
sobre o horizonte que arde
em agonia, e o que tecem
vem das cinzas de outra tarde.

Lembras-te, amor? Não te lembras.
És esquecimento e calma.
E entre as coisas que deslembras
está o que eu chamava alma

em mim, e que hoje também
se esquece de si, cansada
de se sonhar e ninguém
sonhar do seu sonho. Nada

foi colhido dessa hora
senão o vê-la passar.
Olho estas cinzas de agora
apagando as luzes do ar

— eu, aqui, sem quem me guarde
de ressentir sempre, assim,
quando agoniza uma tarde,
esta história que, enfim,

jaz nas cinzas de outra tarde
(de outra tarde — c de mim).







ESPINHEIRA FILHO, Ruy.  Viagem & outros poemas.   Salvador: P55 edições, 2011.    (Coleção Cartas Bahianas)  

APOLO

Não nos surgiste como aos argonautas
quando
fizeste tremer a ilha
sob teus passos
e então te ergueste estendendo nas nuvens
os cabelos de ouro.
Mas senti que estavas 
por todo o dia
acompanhando-nos na visita
às formas magníficas
que há milênios foram erguidas
nas alturas
em teu louvor.

Obrigado.
Embora não tenhamos te ofertado presentes,
como Midas, rei da Frigia,
que te enviou seu trono real,
ou Giges, da Lidia,
antepassado de Creso,
que te saudou com crateras de ouro
e incontáveis ex-votos
de ouro e prata,
nunca mais seremos os mesmos,
pois que respiramos a fímbria a brisa
tocada pelo hálito de teus solenes ciprestes
de folhas verdes
pedras 
e unção.

                              Delfos, outubro de 2010. 







De
ESPINHEIRA FILHO, Ruy.
Livro de canções e inéditos.  
Salvador: P55 Edições, 2011.   48 p. (Cartas Bahianas)  
A capa com uma orelha que se encaixa num corte da sobrecapa, formando uma espécie de envelope, a sugerir a ideia das “Cartas Bahianas”.   Col. A.M. (EA) 



Canção matinal

                        a Ricardo Vieira Lima

Acorda bem cedo o homem
da casa de telha-vã
e abre janela e porta
como se abrisse a manhã.

E eis que a vida não é mate
nem triste, nem só, nem vã.
É doce: cheira a goiaba
e brilha como romã

orvalhada. E ele caminha,
o homem, com passos de lã
para em nada perturbar
a quietude da manhã.

Já não há mágoas de perdas
nem angústias de amanhã,
pois a alma que há na calma
entre a goiaba e a romã

é a própria alma do homem
da casa de telha-vã,
que declara a noite morta
e acende em si a manhã.





Rui Espinheira Filho

Rui Espinheira Filho

SOB O CÉU DE SAMARCANDA
Poemas
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 
Fundação Biblioteca Nacional, 2009.


Ruy Espinheira Filho surge em novo livro para a alegria de seus admiradores. Mantêm-se firme no lirismo, sem assumir modismos que se apresentam como temporada passageira, no cenário de nossa poesia. O caminho dele é seguro.  Faz das reminiscências e fantasias, nos limites imaginários de Samarcanda, um território fluído, sem afetações, no auge de sua maturidade criativa.  Faz tributo queixoso ao João Cabral de Melo Neto, cujo  estilo antecipava o minimalismo e o lirismo enxuto mas espesso que Ruy confessa e contesta "Desconforta-me o poeta/ escrever em tom avesso à vida", Ruy o poeta da vida e de seu avesso.   Antonio Miranda



SONETO NOTURNO

Penso na noite como um rio profundo
e lembro coisas deste  e de outro mundo.
Outros mundos, aliás, que a vida é vasta
como diversa. E mesmo assim não basta,

o que nos faz tecer ainda outras vidas
nas nuvens da alma, e que nos são vividas
com tanta força quanto as outras mais,
em seus sonhos de agora e de jamais

(ou melhor: com mais força, pois que estamos
ainda mais vivos no que nos sonhamos).
Penso na noite como um mar sem fim

quebrando sombras sobre o cais de mim.
E , enfim, sem esperanças e sem prece,
pressinto a noite que não amanhece.







OS MORTOS

Há uma luz suave em que eles respiram.
Não mudaram nada e fingem não ver
como sou mais moço nas fotografias.

Contam histórias, sempre, mesmo quando em silêncio
(e tanto quanto se contam, contam-me também de mim).
Não mais precisam beber, só se refletem no copo

que ergo e em que bebo, por eles e por mim,
trespassado ainda dos sonhos que compunham a alma
de que se iluminava o moço nas fotografias.





VESTIDOS

Dos vossos vestidos brancos
é que me nascia o dia
aos domingos, e a alma nítida
de uma inquieta alegria.

Dos vossos vestidos brancos
vinha uma luz que esplendia
e desfazia o que era
sombra da noite vazia.

(Ou pior: noite habitada
de ânsias, melancolia,
desejos da carne, assombros,
e outros charcos de agonia.)

Em vossos vestidos brancos
fremia uma melodia
de anjos de tranças brandas
em que meu tremor vivia.

Dos vossos vestidos brancos
me vem o que, neste dia,
aquece o que ainda me resta
de escombros de poesia.






CIRCO

Raia o sol, suspende a lua,
o palhaço está na rua.

Tremula a lona da praça,
tempos de assombro e de graça.

Ah, que gente tão risonha
nessa cidade que sonha

tigres, grifos, leões de oiro
e mulheres em vôo loiro,

vindas de rússias e franças
- e acima das esperanças...

Nunca além de uma semana
permanece essa profana

prova de que Deus existe
e nem sempre a vida é triste.

Baixa o sol, se esconde a lua,
não há mais nada na rua,

caminho de pó e vento,
formigas, cão sonolento...

Porém já nada é tristonho,

- infenso a tempo e distância –
a nos sonhar essa infância.







SONETO DO ANJO DE MAIO

Então, em maio, um Anjo incendiou-me.
Em seu olhar azul havia um dia
claro como os da infância. E a alegria
entrou em mim e em sua luz tomou-me

o coração. Depois, suave, guiou-me
para mim mesmo, para o que morria,
em meu peito, de olvido. E a noite, fria,
fez-se cálida – e mágoa desertou-me.

Já não eram as cinzas sobre o Nada,
mas rios, e ventos, e árvores, e flamas,
e montes, e horizontes sem ter fim!

Era a vida de volta, resgatada,
e nova, e para sempre, pelas chamas
desse Anjo de maio que arde em mim!


Extraídos do livro A Cidade e os Sonhos / Livro de Sonetos. Salvador, Bahia: Edições Cidade da Bahia, 2003. 115 p. ilus.








DESCOBERTA

Só depois percebemos
o mais azul do azul,
olhando, ao fim da tarde,
as cinzas do céu extinto.

Só depois é que amamos
a quem tanto amávamos;
e o braço se estende, e a mão
aperta dedos de ar.

Só depois aprendemos
a trilhar o labirinto,
mas como acordar os passos
nos pés há muito dormidos?

Só depois é que sabemos
lidar com o que lidávamos.
E meditamos sobe esta
inútil descoberta

enquanto, lentamente,
da cumeeira carcomida
desce uma poeira fina
e nos sufoca.

                        (Heléboro, 1974)






O ROSTO DA CHUVA

Esse rosto na chuva
te olha.
É uma chuva longa, uma
de muitos anos e viagens
correndo por esse rosto.

Densa como sangue, chove.
No rosto, outros rostos
cintilam,
gotas esparsas.
Assim casas, cidades, nomes,
Animais,
marés do peito abismo.

Esse rosto na chuva
te reflete
com o que a vinda,
vida,
te doou e às vezes inscreveu
tão fundo que lá não desces.

Esse rosto
na chuva que circula
em tuas veias
te punge com mil irresgatáveis
e
áspero cresce
sob a pele suave do teu rosto. 

            (Julgado do Vento, 1979)







POEMA DE NOVEMBRO

O difícil é agüentar até que a morte chegue.
Suportar, por exemplo, a memória do teu corpo
e aquela noite (era maio) sob
o branco incêndio da lua.

E tanto mais, tanto mais.
                                  Uma vida não dá
para contar
uma vida.
               E toda uma
às vezes
se consome
numa carícia entre lençóis.

O difícil é agüentar até que a morte
                   chegue.
                                A morte
                   que mata todas as mortes,
                                                        sepulta
                   para sempre
                   todos os mortos. Como
                   este cadáver de amor
                                                   que me perfuma.

                            (A Canção de Beatriz, 1990)









De
MORTE SECRETA E POESIA ANTERIOR
Rio de Janeiro: Philobiblion, 1984


O AVÔ

1

O avô descansa
de quase um século.
O rosto é sereno
(não sei como pode
mostrar essa calma
após tanto tempo)
e as mãos despediram
todos os gestos.

O avô entre rosas
com seu terno escuro.
Pela primeira vez
indiferente.
Pela primeira vez
desatencioso
com mulher, filhos, netos,
conhecidos, o mundo.

Nem que implorássemos
nos recontaria
as tantas lembranças
entre farrapos de ópera.
Descansa tão fundo e
alto que é impossível
despertá-lo, saber
mesmo onde repousa.
No entanto está em nós
e nos impõe seus traços,
cor de olhos, jeito
de andar, sorrir, falar.

E o mais difícil de
cumprir:
         a insuavizável
dignidade.


2

Avô, já nos retiramos.
Em silêncio vamos descendo
a ladeira. Pó do teu pó,
flutuaremos até
que o vento contenha o sopro.

E então te herdaremos
também essa paz final.
Absoluta. Tão perfeita
que nem a saberemos.







DIA DE FINADOS

Tantos são os abandonados
e caminham ásperos no silêncio.
Há os que rezam, os que choram, os que se mantêm
                                      impenetráveis.

E todos depois retornam às casas, aos pequenos
mitos auxiliares de cada dia
sob o indiferente azul do céu.

As flores depositadas sobre as sepulturas
absolvem os mortos.






De
Ruy Espinheira Filho
ELEGIA DE AGOSTO
e outros poemas
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.    



ESTE DÍA

Chegar, assim, a um dia
como este, quem diria?

Ninguém, que não poderia
alguém saber deste dia.

Nem eu, que me prometia
varandas de calmaria

se a uma hora tardia
da vida chegasse um dia.

No entanto, eis-me neste dia,
o qual jamais urdiria

nem em pesadelos; dia
ardendo contra a alegria,

a paz, o amor, a poesia,
o corpo, a esperança; dia

como nenhum: pedraria
fulgurante de agonia.







A FALTA

Falta alguma coisa-
Falta desde sempre.

Desde que me sinto.
Mesmo nos Natais,

quando havia tudo
— árvore, presentes,

luzes, cantos, risos,
a família cálida —

de súbito abria-se,
no intimo, a falta,

sem nome, sem rosto,
sem história, só

presença de ausência-
Tanto interroguei-me

o que me faltava.
Nada respondia.

apenas estava,
mesmo nas diamâncias

do amor, como em tudo
na adolescência,

na idade madura,
nos sinais primeiros

de desesperança
no sonho e na carne.

Como agora esta,
fiel como a sombra

que jamais permite
seja ignorada

minha opacidade.
De tudo o que tive

e tenho, talvez
só haja possuído

mesmo esta fala,
que há de ficar

presente e pungindo
até que eu transponha

o último limiar,
quando então, por fim,

nada faltará.





De
ESPINHEIRA FILHO, Ruy.  
As Sombras luminosas. 
 Florianópolis: Fundação Catarinense de        Cultura, 1981. 
68 p.  “Prêmio Cruz e Sousa – Concurso Nacional de Poesia – 1º      lugar”.


A INELUTÁVEL CANÇÃO

Há pouco chovia
e nato chove mais.
Há pouco sorria,
na lua do espelho,
teu corpo; centelha
deflagrando anjos
que a tarde soprava
por sobre os quintais.

Há pouco esplendia
ao sol o regato.
Esplendia e ia
entre os nossos sonhos,
pelos nossos corpos,
atiçando mais
a flama dos sexos
em flor nos quintais.

Há pouco era dia
— e já não é mais!
Faz escuro e ouvimos
um silêncio fundo.
Um silêncio podre
que sobe de nós
— e das sombras dos
extintos quintais.




 -

TEXTOS EN ESPAÑOL

Extraídos de
ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA
Santiago de Compostela, Ed. Laiovento, 2001



DESCUBRIMIENTO

Sólo después divisamos
lo más azul del azul,
mirando, al final de la tarde,
las cenizas del cielo extinto.

Sólo después amamos
a quién amábamos;
y se extiende el brazo, y la mano
aprieta dedos de aire.

Sólo después aprendemos
a pisar el laberinto;
pero ¿cómo recordar los pasos
en los pies hace mucho dormidos?

Sólo después sabemos
lidiar con lo que lidiábamos.
Y meditamos sobre este
inútil descubrimiento

mientras tanto, lentamente,
del tejado carcomido
desciende un polvo fino
y nos sofoca. 

                        (Heléboro, 1974)






EL ROSTRO EN LA LLUVIA

Ese rostro en la lluvia
te mira.
Es una lluvia continua, una
de muchos años y viajes
corriendo por ese rostro.

Densa como sangre, llueve.
En el rostro, otros rostros
resplandecen,
gotas dispersas.
Así casas, ciudades, nombres,
animales,
mareas del pecho abismo.

Ese rostro en la lluvia
te refleja
con lo que la venida,
vida,
te donó y a veces inscribió
tan hondo que allá no desciendes.

Ese rostro
en la lluvia que circula
por tus venas
te punge con mil incumplimientos
áspero crece
bajo la piel suave de tu rostro. 

            (Julgado do Vento, 1979)





POEMA DE NOVIEMBRE

Lo difícil es aguantar hasta que la muerte llegue.
Soportar, por ejemplo, el recuerdo de tu cuerpo
y aquella noche (era en mayo) bajo
el blanco incendio de la luna.

Y tanto más, tanto más.
                                  Una vida no da
para contar
se consume
en una caricia entre sábanas.

Lo difícil es aguantar hasta que la muerte
llegue.
                   La muerte
que mata todos los muertos,
                                         sepulta
para siempre
todos los muertos.  Como
este cadáver de amor
                                      que me perfuma. 

         (A Canção de Beatriz, 1990)









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